O cantor Leonardo, cujo nome completo é Emival Eterno da Costa, foi incluído na “lista suja” do trabalho escravo divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta segunda-feira (7). A inclusão está relacionada a uma fiscalização realizada na Fazenda Talismã, de propriedade do cantor, localizada em Jussara, no noroeste de Goiás, onde seis trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão.
A Fazenda Talismã é conhecida por sua atividade de pecuária bovina e possui um grande porte, com aproximadamente 5 mil cabeças de gado e um valor estimado em cerca de R$ 60 milhões. A situação gerou repercussão imediata devido à fama do cantor e ao histórico de sua fazenda.
**Defesa e Contexto:**
Segundo a defesa de Leonardo, a inclusão na lista foi inesperada, pois a propriedade estaria arrendada para o cultivo de soja desde agosto de 2022. De acordo com o advogado Pedro Vaz, o cantor não estaria envolvido na gestão da fazenda nem no controle das atividades que resultaram na denúncia, uma vez que o arrendamento transfere a administração para outra parte.
No entanto, o Ministério Público do Trabalho (MPT) argumentou que, apesar do arrendamento, a propriedade continua formalmente registrada no nome de Leonardo, o que justifica sua responsabilização. Para solucionar a questão, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado, com o cantor comprometendo-se a pagar as verbas indenizatórias aos trabalhadores afetados e regularizar as condições de trabalho. Com isso, o cantor busca evitar complicações jurídicas futuras e resolver as irregularidades apontadas.
A inclusão do nome de Leonardo na lista representa uma mancha em sua reputação e levanta debates sobre a responsabilidade dos proprietários em casos de arrendamento de terras. A lista “suja” do trabalho escravo é um cadastro oficial do governo federal que visa expor empregadores envolvidos em práticas análogas à escravidão, trazendo consequências negativas para a imagem e os negócios das partes envolvidas.