A noite de 20 de junho para Esdras Luiz transformou-se em um pesadelo palpável, um cenário de angústia crescente alimentado pelo silêncio inexplicável de sua filha, Lívia Tavares Luiz, de 23 anos.
A rotina, antes reconfortante, de mensagens trocadas para coordenar o encontro na entrada da cidade, tornou-se um grilhão de incerteza quando o relógio ultrapassou as 23h e Lívia não respondeu. O pressentimento, como uma sombra densa, começou a pairar sobre Esdras.
A razão para o desespero de Esdras era trágica e iminente: o ônibus que transportava Lívia e outros universitários havia se envolvido em um grave acidente entre Nuporanga e São Joaquim da Barra, no interior paulista.
A dimensão da tragédia era avassaladora, com a confirmação da morte de doze estudantes e o registro de vinte e um feridos.
A espera por notícias, a cada minuto que se arrastava, intensificava a tortura psicológica de Esdras. A incerteza sobre o destino de Lívia, a possibilidade de ela estar entre as vítimas ou os feridos, transformava a noite em um abismo de dor e apreensão.
A busca por informações, a tentativa de obter qualquer detalhe que pudesse aliviar a angústia, tornava-se uma obsessão angustiante.
A tragédia que se abateu sobre a comunidade universitária e sobre as famílias envolvidas, personificada na experiência de Esdras, expõe a fragilidade da vida e a brutalidade do destino.