Jon e Carie Hallford, proprietários da funerária “Return to Nature”, localizada no estado do Colorado, nos Estados Unidos, admitiram na sexta-feira (22) culpa em um caso chocante envolvendo o abuso de 190 cadáveres.
A revelação de restos mortais em avançado estado de decomposição em sua residência, onde também funcionava a empresa, trouxe à tona uma das investigações mais perturbadoras no setor funerário nos últimos tempos.
O caso teve início em outubro de 2023, após moradores da região reportarem um forte odor vindo da propriedade. Ao investigar as denúncias, as autoridades encontraram corpos armazenados em condições precárias, com muitos apresentando sinais de negligência extrema e abuso.
Investigação e confissão
A funerária era especializada em compostagem humana, uma prática que transforma corpos em material orgânico, promovida como uma alternativa ecológica ao enterro e à cremação.
No entanto, as investigações revelaram que os Hallford não estavam realizando os processos adequadamente. Corpos eram deixados a céu aberto ou em áreas inadequadas, o que gerou o cheiro insuportável relatado pelos vizinhos.
Jon e Carie Hallford declararam-se culpados das acusações de abuso de cadáveres e outras violações éticas e legais. A confissão veio após evidências contundentes coletadas pela polícia, incluindo fotografias e documentos que confirmavam a extensão das irregularidades.
Repercussão
O caso gerou comoção e indignação tanto na comunidade local quanto em todo o país. Muitos familiares das vítimas, que confiaram nos serviços da “Return to Nature”, expressaram revolta ao saber que os restos mortais de seus entes queridos haviam sido tratados com tamanha falta de respeito.
As autoridades também levantaram questionamentos sobre a regulamentação de práticas como a compostagem humana e sobre a fiscalização de funerárias que oferecem serviços alternativos.
Consequências legais
Os Hallford enfrentam uma longa lista de acusações e podem ser condenados a penas severas, incluindo vários anos de prisão. A propriedade foi isolada e as autoridades continuam trabalhando na identificação dos restos mortais encontrados, o que representa um desafio logístico e emocional para as famílias envolvidas.
O caso serve como um alerta para a necessidade de maior supervisão e regulamentação no setor funerário, especialmente em empresas que oferecem métodos inovadores e menos conhecidos. Para as famílias afetadas, resta o luto agravado pela dor de saber que a memória de seus entes queridos foi desrespeitada de maneira tão cruel.