Bolsonaro lidera pesquisa para 2026, mas inelegibilidade é obstáculo
Uma nova pesquisa eleitoral do instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta terça-feira (18), revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera as intenções de voto para as eleições presidenciais de 2026, superando numericamente o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O levantamento aponta que Bolsonaro mantém uma forte base de apoio, mesmo estando inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A pesquisa, contratada pelo Partido Liberal (PL), entrevistou 2.010 eleitores entre os dias 13 e 16 de fevereiro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança do levantamento é de 95%. Esses números demonstram que, apesar das controvérsias e desafios legais, Bolsonaro ainda é uma figura central no cenário político brasileiro.
Os dados indicam que Bolsonaro aparece com cerca de 38% das intenções de voto, enquanto Lula registra 35%. Outros candidatos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), aparecem com percentuais mais baixos, reforçando a polarização entre Bolsonaro e Lula.
A inelegibilidade de Bolsonaro, determinada pelo TSE devido a irregularidades durante as eleições de 2022, impede sua candidatura até 2030. No entanto, seus aliados têm buscado reverter essa decisão por meio de recursos jurídicos e articulações políticas, apostando em uma eventual anulação da condenação para viabilizar sua candidatura em 2026.
Diante desse cenário, a liderança de Bolsonaro na pesquisa gera especulações sobre quem poderá ser o candidato da direita caso ele não consiga disputar. Nomes como Tarcísio de Freitas e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro são cogitados para representar o bolsonarismo no pleito, embora ambos ainda não tenham confirmado interesse.
Enquanto isso, o presidente Lula busca consolidar sua base para um possível terceiro mandato consecutivo, investindo em programas sociais e articulações políticas com o Centrão. O PT também avalia outros possíveis nomes para a sucessão, caso Lula decida não concorrer, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o senador Jaques Wagner.
A pesquisa reforça a intensa polarização política no Brasil, que tem sido uma constante desde as eleições de 2018. O embate entre Bolsonaro e Lula mobiliza grande parte do eleitorado e dificulta a ascensão de novas lideranças no cenário nacional.
Especialistas afirmam que, mesmo inelegível, Bolsonaro continuará exercendo forte influência sobre a eleição de 2026, podendo transferir votos para um candidato alinhado a seu projeto político. A popularidade do ex-presidente pode ser um fator decisivo para a escolha do candidato da direita.
O resultado do levantamento evidencia que o cenário eleitoral ainda está longe de ser definido e que os próximos anos serão marcados por disputas jurídicas e políticas intensas. A decisão sobre a inelegibilidade de Bolsonaro e a definição dos candidatos serão fatores cruciais para moldar o futuro político do Brasil.
Até lá, o eleitorado seguirá atento às movimentações políticas e às estratégias dos partidos, que buscarão consolidar seus nomes para a disputa mais acirrada da década.