General Braga Netto completa quase dois meses detido sob suspeita de tentativa de golpe
O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil durante o governo de Jair Bolsonaro, está detido há quase dois meses no Comando da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro. Ele é suspeito de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Na última sexta-feira (7), o atual comandante do Exército, general Tomás Paiva, visitou Braga Netto durante uma viagem ao Rio de Janeiro. A visita ocorreu após uma atividade na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e teve duração de aproximadamente 15 minutos.
O objetivo do encontro foi verificar as condições do general detido. Tomás Paiva fez perguntas de praxe sobre o tratamento recebido por Braga Netto, sua comunicação com a família e o acesso a advogados. A iniciativa segue um protocolo militar para acompanhar oficiais sob custódia.
A prisão de Braga Netto faz parte das investigações sobre uma possível articulação golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é apontado como um dos principais aliados de Bolsonaro no alto escalão militar e teria participado de reuniões estratégicas sobre o tema.
Além de Braga Netto, outros militares e ex-assessores do governo Bolsonaro estão sendo investigados. As apurações analisam mensagens, documentos e testemunhos que possam comprovar a tentativa de ruptura democrática.
A defesa do general nega qualquer envolvimento em planos de golpe e argumenta que sua prisão é uma medida excessiva. Advogados tentam reverter a detenção com pedidos de habeas corpus, alegando falta de provas concretas.
O caso gerou forte repercussão política e militar, reacendendo debates sobre a relação das Forças Armadas com o governo Bolsonaro. A postura do Exército tem sido observada de perto, especialmente após declarações do comandante Tomás Paiva reforçando o compromisso da instituição com a democracia.
O governo Lula tem adotado uma postura firme em relação à responsabilização dos envolvidos. Ministros da área jurídica afirmam que qualquer tentativa de golpe será punida dentro do rigor da lei, sem concessões a militares ou ex-autoridades.
Enquanto isso, Braga Netto segue detido, aguardando o desenrolar das investigações e das decisões judiciais. O caso deve continuar no centro do debate político nos próximos meses, com possíveis desdobramentos envolvendo outros nomes de peso do antigo governo.